O turismo tem sido considerado como um dos mais importantes movimentos sociais do mundo contemporâneo. Muitos dos seus protagonistas - profissionais, viajantes e turistas - no processo de descoberta de novas experiências, culturas e paisagens, foram, muitas das vezes sem o saber, os seus guardiões.
Efectivamente, ao valorizarem e conservarem os valores patrimoniais dos destinos turísticos, assumiram-se, por decorrência, como um importante factor de preservação das memórias colectivas.
Em Portugal, a ideia sobre a pertinência da criação de um museu do turismo não é recente. De facto, a mesma surgiu formalmente, pela primeira vez, em 1983, expressa na imprensa diária através de uma notícia que dava conta da eventual criação, em Sintra, de um Museu do Turismo susceptível de acolher todas as peças e publicações de turismo existentes e que, até esse momento, se encontravam dispersas por vários organismos e coleccionadores.
Anos mais tarde, foi a vez das entidades de gestão do destino turístico “Estoril” repegarem a ideia, tendo, para tanto, seleccionado um espaço nas galerias da Avenida Aida e contactado a Escola Superior de Hotelaria e Turismo (ESHTE) para desenvolver o projecto.
Como nenhuma das iniciativas viu a luz do dia, em 2011, a ESHTE concebeu um projecto pioneiro que consistiu na criação de um Museu Virtual do Turismo (MUVITUR), tendo como ambições mais relevantes a centralização de materiais e o desenvolvimento de um discurso multidimensional e multimédia sobre o turismo e os turistas.
A virtualização apresentava-se, não apenas como a forma mais eficiente e mais expedita de reunir, expor e arquivar peças (não obrigando a doações por parte dos proprietários), mas também e ao mesmo tempo, como a opção capaz de reduzir drasticamente os investimentos necessários para atender à materialização, sempre adiada, de uma infra-estrutura desta natureza.